sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Do casebre ao Imperio: Historia de um italiano no Brasil

Do casebre ao Imperio: Historia de um italiano no Brasil

assista o video!!!
http://www.youtube.com/watch?v=HqOxgzWMavI
Castellabate - Campania, Italia


1861 foi um ano muito importante pela Italia e conseqüentemente pelo resto do mundo.
Castellabate 


Na Itália o rei Vitorio Emanuele II proclamou a unificação do pais que deixou o sul da bota numa profunda e longa miseria cujo os danos são tangíveis ainda hoje. 

Esta mesma crise obrigou milhares de italianos, os súditos do novo reino que tinha como capital Turin, a abandonar as próprias terras procurando um futuro mais prospero nas Americas e na Australia. Inesquecivel é a imagem do imigrante italiano que está prestes a embarcar num navio que o leve para nova vida e que está carregando uma maleta de papelão fechada com um fio de barbante com dentro um salame, um pacote de macarrão e um
Francesco Matarazzo

santinho. 
Em 1881 entre esses italianos decisos a cruzar os oceanos em busca de melhores condições de vida havia um jovem de 27 anos, um tal de Francesco Matarazzo saído da cidadezinha de Castellabate, no sul da Italia, com dinheiro emprestado. 
Ele logo que chegou se estabeleceu em Sorocaba, e em alguns anos depois estabelece uma empresa de produção e comércio de banha de porco tornando-se aos pouco, com a ajuda dos irmãos, o criador do maior complexo industrial da America Latina do inicio do século XX. 
seu império empresarial se expande rapidamente, chegando a reunir 365 fábricas por todo o Brasil. 
Francesco Matarazzo não pertencia à nobreza italiana, mas em 1917 recebeu do rei Vítorio Emanuele III o título nobiliárquico de conde em reconhecimento à ajuda milionária em dinheiro e demais mercadorias que enviou à Itália durante a Primeira Guerra. 
Imigrantes italianos chegando apos 40 dias de navegacão

O sucesso do conde Francesco Matarazzo chegou ao ouvido dos jovens de Castellabate, que também estavam á procura de uma vida melhor, e decidiram alcançar e trabalhar para ele. 
Hoje em dia muitos desses jovens voltaram á Castellabate, essa cidadezinha de 7000 habitantes, que têm uma ligação muito forte com São Paulo, com a cultura brasileira, e com a vida de emigrante que começou com os eventos de 1861.

assista o video!!!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Musica popular : La Taranta



Você conhece a Taranta? Assista ao video da Puglia, região
Salento,
a ponta da região Puglia
onde nasceu a Taranta.

Sexta feira, dia 28 de junho, o cantor e compositor napolitano Eugenio Bennato fez um espetáculo de musica no auditório do instituto Dante Alighieri, em São Paulo. Foi um espetáculo que teve uma divulgação muito restrita embora a entrada fosse franca e ele seja muito conhecido na Itália.  Ele com sua banda tocam uma das musicas populares do sul da Itália, chamada de TARANTA, filha da PIZZICA que mais tarde se
Eugenio Bennato
transformará em TARANTELLA. A particularidade de suas 
musicas é que são interpretadas misturando italiano e dialetos das regiões do Sul (dialeto napolitano, dialeto siciliano, dialeto calabrese) com francês, árabe, para deixar o espirito da musica o mais mediterrâneo possível.
A intensão dele é mesmo aquela de retomar aquele ritmo que se podia ouvir nos séculos passados quando os marinheiros passavam meses intermináveis nos navios indo á descoberta de novas terras, conhecendo novas culturas
sentindo-se filhos do Mediterrâneo, dos grandes filósofos gregos e dos grandes alquimistas árabes. O estilo de musica chamado de TARANTA era já conhecido pelos gregos que ocupavam a região do Salento durante muitos séculos antes do ano Mil e que era usado como terapia,  pois antigamente se acreditava que uma tarantula, um tipo de aranha caraterística dos campos áridos e quentes do salto da bota, envenenava os jovens com uma simples
o antidoto ritual
picada constrangendo suas vitima a 
dançar durante horas para expulsar o veneno que os deixava em um estado de histeria. Obviamente não havia aranha alguma que picasse, mas poucos sabem que a histeria dos jovens era só uma desculpa para externar um sentimento de repressão causada pela reprimida vontade sexual imposta pela sociedade.


Dedicando poucos minutos a visão desses vídeos será mais claro como se desenvolvia o rito curativo (1) e também como se desevolve a dança hoje (2).

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O vinho é lembrança


Com o friozinho desse final de semana, achei que seria interessante falar de uma coisa que muita gente gosta de fazer para se reunir com os amigos, namorar ou até mesmo para se aquecer  no inverno: ''Beber vinho''.
Na semana passada trabalhei como interprete em uma feira internacional de vinhos, entre alguns goles e conversas com os proprietários de vinícolas tive a oportunidade de aprender algumas características que os enólogos observam para diferenciar os vinhos, como por exemplo, a subjetividade da escolha.
Não depende somente da safra, da idade ou da casa vinícola a qualidade de um vinho, pois aquilo que pode ser maravilhoso para alguns, nem sempre
transmite a mesma sensação para outros.  O olfato e o sabor de um vinho unidos são fatores de extrema importância, pois nos remetem lembranças.

A intenção do vinho é justamente essa, segundo Antonio Patricelli sócio da casa vinicula Collefrisio (www.collefrisio.it). 

O vinho é lembrança.

O vinho é lembrança esse é o primeiro fator que faz um apreciador, preferir um vinho a outro. Na hora que as fragrâncias de um vinho atingem nosso cérebro, automaticamente muitas lembranças são elaboradas. As fragrâncias de frutas vermelhas, cacau, tabaco, ameixa branca, maracujá, flores remetem a sensações vividas, fragmentos da infância, lugares etc. e por isso a escolha do vinho acaba sendo totalmente subjetiva.

É claro que não é tão simples identificar todos os odores e fragrâncias de um vinho. Para muitos é quase imperceptível se os tons são frutados, amadeirados, florais ou de outras essências, por isso os someliers que possuem um olfato aguçado e preparado para isso só de aproximarem uma taça conseguem distinguir todos os tons utilizados no preparo daquele vinho.
Para provar essa sensação, segue a dica: quanto mais oxigenado o vinho, mais fragrâncias ele exalará. 
Fechar os olhos e deixar que os perfumes invadam seu cérebro é um segundo passo para permitir que as suas papilas gustativas sejam aguçadas e o sabor seja mais bem distinguido e por fim, colocá-lo na boca e deixar que os sabores recuperem todas as suas memórias que farão com que você goste ou não daquele vinho.
Parece simples. 

Quem se arrisca a palpitar?
Para quem se interessar, na próxima publicação vou dar dicas de vinícolas abertas ao público na Itália. Quem tiver sugestões, por favor, fiquem a vontade para dividi-las.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Na mesa de uma casa italiana


Existe UMA cozinha italiana?

Antes de começar falar a respeito dos costumes alimentares de uma família italiana do Sul (a minha) é necessário esclarecer algo sobre o que é a cozinha italiana.
a piramide da Dieta Mediterrânea
Durante séculos a bota inteira foi dominada por culturas diferentes: o norte por austríacos, bárbaros, franceses, o sul por espanhóis, franceses, árabes e gregos se sucediam no território. As varias dominações traziam tradições, culinária, linguás diferentes. Essa é  a causa das diferenças de tipo culinário, lingüístico e as vezes ate de relações interpessoais de cada região e muitas vezes até de cidades vizinhas. Por isso encontramos a Polenta só como um alimento do norte da Itália, o cous cous  só da Sicilia, a pizza originaria do sul e assim por diante. 
Com o tempo essas diferenças permaneceram porque as cidades eram cercadas por muralhas  e o mundo, aquele que se conhecia, era o que estava do lado de cá do muro, o que estava fora não era tão bom, era desconhecido e dificilmente aceito pela comunidade.
Mesmo se os pratos do almoço e do jantar variam muito de região para região, um fator comum da cozinha Italiana é a quantidade de carne vermelha que é consumida: uma, no máximo duas vezes por semana assim como os ovos. Em compensação o peixe, é muito consumido assim como as verduras, frutas e laticínios.

Decidi então escrever sobre minha experiência de costumes alimentares, o que uma família do sul da Itália come durante o dia
  • Café da manha:  

café da manha á italiana
A primeira coisa que um italiano faz na hora que acorda é por a cafeteira no fogão.  Sem a famosa xicrinha de café italiano é impossível começar uma jornada.
No café da manha italiano dificilmente encontrará algo salgado, geralmente come-se um croissant  ou torrada, com nutella ou com geleia. Nada que pão, nada de queijo. Para os que acordam sem fome um ‘’café espresso’’ ou um iogurte são suficientes.
  • Almoço:

O almoço para um italiano é um evento. Os italianos tem entre 3 e 4 horas de almoço, então freqüentemente almoçamos em casa. Se a cidade não for turística é ate difícil achar um restaurante aberto para o almoço, já que ninguém almoça fora.
O almoço é o momento em que a família se reúne em volta da mesa, momento sagrado, a família honra os gestos das ‘’mammas’’ que preparam a comida todos os dias como um ritual e dificilmente deixariam os filhos comerem “qualquer coisa” que não viesse das mãos delas.
Não almoçar com a família é quase considerada uma ofensa.
Outra diferença bem marcante é o serviço: nas mesas italianas jamais aparecerão panelas, aquele que cozinha, será quem irá preparar o prato de cada um, em sinal de respeito aos convidados ao banquete.

Primeiro prato:
Nesta, que é a mais importante das refeições do dia, encontramos sempre e diariamente macarrão, 80/100 gramas por pessoa no máximo, e sempre com molhos e temperos diferente.

Nada de muito gordo e se necessário, o óleo que é usado, é sempre rigorosamente o OLIO DI OLIVA EXTRAVERGINE.  (ah! ninguém na Itália coloca azeite e orégano em cima de queijo nenhum, isso é um habito brasileiro).  O carboidrato do macarrão também pode ser substituído por lasanha ou ‘risotto’.
Obs. É sempre bom perguntar para o garçom ou a pessoa que preparou o prato se em cima do macarrão é aconselhado colocar queijo ou não, pois existem alguns tipos de molhos que podem perder a delicadeza ou podem alterar o gosto. Se quiser evitar que o cozinheiro faça um escândalo,  é melhor respeitar esse conceito. (o que você faria se eu decidisse colocar parmesão ralado na feijoada???) 

Segundo prato:
Após o carboidrato, há o segundo prato,  a proteína , que é constituída por uma carne ou peixe ou, dependendo da época, por  verduras recheadas/cozidas.
Quem prefere não comer em abundancia pode optar por um queijo ou derivados, considerado de grande importância. Tudo acompanhado com pão,  para não sentir fome tão cedo e bastante salada, temperada com pouquíssimo sal.

Fruta:
Todos os dias e da época. A fruta é a sobremesa natural de cada dia de um italiano. Embora recentemente começou a ser consumida só depois de algumas horas do almoço.

O café:
o café fecha o almoço. Com seu gosto forte prevalece em cima dos outros sabores da refeição. Como se diz na Itália “o café arruma a boca”.
Café e não cappuccino*. Já que no cappuccino há leite, os italianos desaprovam fortemente tomar um cappuccino após ter comido carne e salada. Se tomar um cappuccino após as 11 da manha será obvio que você é GRINGO.

Cappuccino

*cappuccino = na xícara de chá é servido um ‘’café espresso’’ e completado com vapor do leite, formando uma cremosa espuma. Pode se completar com uma pitada de cacau em pó em cima da espuma


  • Jantar:

Menos ligado a tradição o jantar italiano traz uma escolha maior de pratos e na maioria das vezes é um prato único. Mais leve do almoço, no jantar dificilmente haverá macarrão. O elemento principal é o pão que se come com queijos, presuntos, ou carne (se não houve no almoço) ou verduras cozidas.
Já que não é tão importante tanto quanto o almoço, é “permitido” jantar fora de casa. Então é o momento em que os restaurantes e cervejarias permanecem abertos para receber os clientes.


E você achava que fosse assim?

domingo, 14 de abril de 2013

Bemvindos ao Mangiare & Viaggiare

o blog para quem quer se aventurar em uma viagem virtual para Itália